Lápis de cor e uma folha na mão, lá estava eu as 14h da tarde de uma sexta feira, em uma aula sobre meninges, desenhando distraidamente uma pequena montanha russa, é me imaginei dentro dela.. assim caindo, com o vento batendo em meu rosto, e embaraçando todos os meus fios de cabelo loiro, fazia frio.. muito frio, mas não um frio em relação ao tempo, mas em re

lação à solidão, ao vazio que eu sentia naquele momento.. algo me faltava. É, no meio do meu desenho, alguém me chamou.. Olhei para os lados e vi a agitação, todos comentavam.. você estava lá na janela, olhava em minha direção, algumas suspiravam e outras já haviam entendido o que estava acontecendo. Levantei, abri minha bolsa e peguei o que lhe pertencia, um pequeno pedaço de papel.. fui em sua direção; abri a porta, e lá estava você ao lado, mas só que dessa vez era diferente.. não lhe olhei com olhos de intensidade e paixão com emoção.. lhe olhei com saudade e vontade, e você como sempre com suas desculpas e explicações do porque da demora ou por não ter aparecido mais cedo, lhe distraí falando que esqueci o papel, querendo arrumar um meio de fuga daquela angustia que eu sentia. Eu não queria suas desculpas e explicações.. eu queria você, assim perto de mim em silêncio sentindo apenas a sua respiração. Inventei logo uma desculpa para senti-la, lhe abracei calmamente. Era o mesmo cheiro bom de sempre - cabelo, sorriso, olhos -nada mudou, apenas o rumo e o sentido da conversa.. é o fim.
- Tainá Batista.
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