/tainábatista
25 abril 2012
Copo d'água.
E mais uma vez aqui estou eu sentada olhando para o computador pensando em um suposto texto que você poderia algum dia ler, penso em mil palavras, sinto mil sensações e sentimentos. Deixando-me a desejar mais uma vez a vontade de escrever pra você. Eu poderia ficar aqui falando por dias e dias sobre tudo que você me causou algum dia e sobre todos os sentimentos confusos que você me provoca. Mas não, você não vai ler. E mais uma vez fico apenas olhando para a tela do computador engolindo sentimentos reprimidos e não correspondidos à seco. Por favor, um copo d'água para engolir melhor essa historia mau resolvida.
24 abril 2012
22 abril 2012
Eu já sabia
" O de sempre, basicamente: ainda que com a porta fechada, pela janela eles pousam no meu quarto com alguma das asas machucadas, sofridos, desmoronando, com uma carinha irresistível de choro. Eu dou meu carinho de mãe, meu amor de mulher, meu papo de irmã mais nova, meus conselhos de melhor amiga e quando eles ficam mais corados e sorridentes, lá se vão, batendo as asas, para alguém mais ensolarado que eu. A mesma coisa, toda vez. Eles vêm, eu os conserto, eles vão. Eles vêm, eu os conserto, eles vão. Eles vêm, eu os conserto, eles vão.
Talvez eu seja algum tipo de oficina de homens que sofreram maus tratos de algum momento do relacionamento anterior. Quem sabe eu compre um espaço no jornal e coloque um anúncio com a descrição dos serviços oferecidos, pois claramente meu negócio está indo bem. Deveria existir uma parte no meu cérebro, um órgão qualquer, que regule as propagandas enganosas que chegam à tela do meu córtex, que selecione melhor o que vai me tirar o ar, já que que auto-censura nunca foi meu forte.
Acho que é por esta razão que as pessoas tanto associam o amor à mágica. Às vezes alguém me mostra um pouco dele, e depois o faz desaparecer numa cartola. E eu me pergunto: ei, como você consegue fazer isso?
É que na minha cabeça já estava tudo preparado pra dar errado. Eu não mudei toda minha estrutura de vida, eu não conheci seus amigos de infância, eu não planejei uma viagem de férias, eu não parei com a pílula, eu não... nada. Eu sempre vivi uma vida de propagandas e na primeira oferta concreta e interessante que recebi, era tarde, eu já tinha vendido minha alma.
Quando eu te chamava de “amor”, não sei, era só um modo de falar. Talvez minha liberdade seja um poste sem iluminação onde ficarei acorrentada pelos tornozelos para sempre. Porque, eu sei. Tudo pode mudar o tempo todo e, tola, sofro desse medo; quando o real perigo à espreita é nada acontecer.
E nada aconteceu. Eu meio que sabia onde as coisas iam dar – foi quase, mas não deram. Não deu. Não dei. Valeu a tentativa, o empenho, o interesse. Eu não estava prestando muita atenção, mas posso sentir em algum lugar aqui dentro de mim que foi bonito. A gente ainda vai se falar por aí, essa não é a conversa final, eu sei como você é."
Talvez eu seja algum tipo de oficina de homens que sofreram maus tratos de algum momento do relacionamento anterior. Quem sabe eu compre um espaço no jornal e coloque um anúncio com a descrição dos serviços oferecidos, pois claramente meu negócio está indo bem. Deveria existir uma parte no meu cérebro, um órgão qualquer, que regule as propagandas enganosas que chegam à tela do meu córtex, que selecione melhor o que vai me tirar o ar, já que que auto-censura nunca foi meu forte.
Acho que é por esta razão que as pessoas tanto associam o amor à mágica. Às vezes alguém me mostra um pouco dele, e depois o faz desaparecer numa cartola. E eu me pergunto: ei, como você consegue fazer isso?
***
Aí, eu encontrei você, nós nos conhecemos, eu te consertei, te fiz perfeito pra mim, nos amamos, moramos juntos e agora você está voltando pra casa.***
Naquele cenário infeliz de sobras de chá de cidreira, lenços de papel amassados pelo chão, cobertor no sofá, cadeiras fora do lugar, mala aberta por sobre a cama, livros e CDs embrulhados, dentes e sorrisos guardados, eu não disse nada, quase nada, até porque seria uma deformidade. Mas estou dizendo agora. Desculpa por nunca considerar você uma aposta segura e razoável, por ficar noites de guarda te esperando cometer um erro dantesco e irreparável e definitivo todas as sessenta semanas que passamos juntos, e que devem ter sido incríveis – um dia, quando tudo isso passar, e eu me esquecer do seu rosto me dizendo “eu quero que você se dane”, você me conta. Desculpa por nunca, em nenhum momento, deixar de acreditar que lá fora existia um cara imperfeito pra mim, ou pelo menos melhor do que você, em todos os aspectos. Desculpa por agir feito uma diabinha sempre espetando com um tridente nossos ocasionais dias de sossego.É que na minha cabeça já estava tudo preparado pra dar errado. Eu não mudei toda minha estrutura de vida, eu não conheci seus amigos de infância, eu não planejei uma viagem de férias, eu não parei com a pílula, eu não... nada. Eu sempre vivi uma vida de propagandas e na primeira oferta concreta e interessante que recebi, era tarde, eu já tinha vendido minha alma.
Quando eu te chamava de “amor”, não sei, era só um modo de falar. Talvez minha liberdade seja um poste sem iluminação onde ficarei acorrentada pelos tornozelos para sempre. Porque, eu sei. Tudo pode mudar o tempo todo e, tola, sofro desse medo; quando o real perigo à espreita é nada acontecer.
E nada aconteceu. Eu meio que sabia onde as coisas iam dar – foi quase, mas não deram. Não deu. Não dei. Valeu a tentativa, o empenho, o interesse. Eu não estava prestando muita atenção, mas posso sentir em algum lugar aqui dentro de mim que foi bonito. A gente ainda vai se falar por aí, essa não é a conversa final, eu sei como você é."
/por Gabito Nunes
17 abril 2012
Profundidade.

E então havia chegado o tal momento tão esperado por nós dois, o momento que a gente iria finalmente se conhecer depois de tanto tempo conversando por mensagens e telefonemas. Havia sido combinado assim, eu iria te ligar quando chegasse no local de encontro, o local nunca chegava, as horas não passavam, o ônibus nunca andou tão devagar, as árvores passavam tão lentamente, e meus olhos não pregaram um segundo, em que cada segundo parecia uma eternidade. Acho que adormeci acordada, quando me perdi entre os meus pensamentos de como poderia ser esse momento, olhei para fora da janela e vi que havia chegado. Ansiedade, garganta seca, mãos geladas, medo e felicidade, uma completa mistura de sensações e emoções tomaram conta de mim. É havia chegado o tão esperado momento, voz trêmula ao telefone: "Cheguei". O ônibus virava a sua ultima esquina até ao ponto de chegada, e eu te avistei de longe pela janela, descendo uma respiração profunda. Finalmente eu havia chegado. Coração disparado, mãos trêmulas e boca seca. Você com a sua cara de estar completamente perdido naquele local. Desci sem avistar mais ninguém, nada além de você, será que eu te abraço e te dou logo um beijo, ou será que comprimento como se fossemos dois meros conhecidos? Não sei, estou completamente perdida. Abraço longo, beijo quente e cheiro bom. Quanta vontade que eu sentia de olhar nos seus olhos, e finalmente eu pude me afundar neles. Olhos profundos de sono e cansaço, mas claro eram 6:00 da manhã. Desde então você, um desejo de antes, um desejo de agora, e um desejo de sempre querer me afundar nesse teus olhos profundos.
16 abril 2012
vamos brincar de mimica?
" Eu apago as palavras atropeladas na garganta, todas aquelas que já não falo, e mergulho meus olhos de chocolate derretido nesses teus de piscina rasa e deixo que tudo que cala percorrer esse pequeno espaço que separa meu olhar do teu. Talvez os detalhes tenham se perdido na rotina sem regras que criamos, mas vê? eu não mais desvio os olhos, mesmo quando te sinto inteiro dentro de mim, querendo desvendar meus segredos ou só fazendo cócegas na alma, ruborizando uma face que aprendeu a disfarçar quando cora ou, talvez, seja só você, acostumado à minha micro timidez, que ainda não cessou por inteiro. São tantas as hipóteses, garoto. E não gosto muito de lidar com suposições, mas creio que, no fundo, sou apenas eu querendo nos manter à um hiato considerável da intimidade excessiva que, com o acostumar-se, acaba por evaporar algumas magias infantis minhas. Gosto disso, dessa sensação de primeira vez que você me causa. Disso, de nunca me cansar em te olhar, de estremecer com intensidades, de sorrir tímida sempre que me desfaço e me derreter com as mesmas palavras ditas, com os mesmos detalhes vistos todos os dias, com as lembranças ainda tão frescas e sempre memoráveis antes de dormir.
E nessa de sono, revelo com o corpo que me acostumei à tua presença do lado esquerdo da cama, visto que não mais me amontôo em meus sonhos silenciosos e respiração quase oculta, num não-se-mexer que durava noite inteira. Relaxei, moço. E sim, durmo melhor quando acompanhada do que quando estou sozinha e, apesar do sono pesado, não pense que não sei quando você escorrega pra fora da cama, abraçando a insônia presente no teu apartamento. A cama fica gelada e o vazio me cutuca incansavelmente, até que os cílios deixam de dar as mãos e eu fico olhando tua ausência, ressonando e recordando sonhos enquanto tu não volta. Num clique surdo da porta, as pálpebras escondem meus olhos atentos e sinto você deslizar no silêncio, tornando a aquecer os lençóis frios, relaxando meu corpo que volta à se entregar aos sonhos.
Eu te gosto um bocado, moço. E tento brincar de mímica o tempo todo, torcendo para que tu leias no meu corpo todas as palavras tatuadas, tudo aquilo que quero dizer, mas não digo — e você também não diz. E vamos levando assim, um “sendo-sem-ser” tão recheado de tranqüilidade, tão leve, tão flutuar de borboletas que deixo de sentir falta das tuas palavras poetas, pois passo a vê-las nos gestos novos, incluindo aqueles tão sem toques. E se te leio, inteiro, gostaria que você me visse também, tão tua. Toda. Tua."
E nessa de sono, revelo com o corpo que me acostumei à tua presença do lado esquerdo da cama, visto que não mais me amontôo em meus sonhos silenciosos e respiração quase oculta, num não-se-mexer que durava noite inteira. Relaxei, moço. E sim, durmo melhor quando acompanhada do que quando estou sozinha e, apesar do sono pesado, não pense que não sei quando você escorrega pra fora da cama, abraçando a insônia presente no teu apartamento. A cama fica gelada e o vazio me cutuca incansavelmente, até que os cílios deixam de dar as mãos e eu fico olhando tua ausência, ressonando e recordando sonhos enquanto tu não volta. Num clique surdo da porta, as pálpebras escondem meus olhos atentos e sinto você deslizar no silêncio, tornando a aquecer os lençóis frios, relaxando meu corpo que volta à se entregar aos sonhos.
Eu te gosto um bocado, moço. E tento brincar de mímica o tempo todo, torcendo para que tu leias no meu corpo todas as palavras tatuadas, tudo aquilo que quero dizer, mas não digo — e você também não diz. E vamos levando assim, um “sendo-sem-ser” tão recheado de tranqüilidade, tão leve, tão flutuar de borboletas que deixo de sentir falta das tuas palavras poetas, pois passo a vê-las nos gestos novos, incluindo aqueles tão sem toques. E se te leio, inteiro, gostaria que você me visse também, tão tua. Toda. Tua."
12 abril 2012
Família.
Tenho pessoas incríveis na minha vida, não são apenas pessoas, são mais que qualquer palavras e verbos. A significação delas é tão grande e incrível. Sabe aquele tipo de pessoas que topam tudo pela felicidade? É, são essas pessoas.. a minha grande família, uma família determinada, guerreira, simples, espiritualista, feliz, amorosa, carinhosa, esperançosa, unida, verdadeira, entre várias outras qualidades que não precisam ser ditas, apenas sentidas. Da dor saiu a união, da esperança saiu a fé, da tristeza saiu a alegria, do sofrimento saiu o determinismo, das lutas saiu pessoas guerreiras, dos fracassos saiu sorrisos, e da união de duas pessoas saiu a construção o amor de um com o outro. Essa é a minha família, independente de problemas, de dificuldades, de tristezas, de desentendimentos, de brigas, de guerras, é nela que se encontra a paz. Obrigada família por ser assim, tão unida e feliz.
Família êh! Família ah! Família!


09 abril 2012
Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar ao lado dessa pessoa, ouvindo ela respirar quietinha enquanto dorme, linda. E quando você dorme quietinho assim, eu sei que, apesar de eu não abalar sua vida em nada, você precisa de mim. Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas “quem gostar de mim não serve pra mim”. E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida. E você me olha com essa carinha banal de “me espera só mais um pouquinho”. Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem. Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos (meses) escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.
(Trecho de "A bela e o burro" - Tati Bernardi)
07 abril 2012
Ela vê pessoas felizes o tempo todo, e vê que há muita gente apaixonada em pouco espaço. E ela se vê ali também, sozinha. Ninguém para ela cuidar, ninguém para amar, ninguém para olhar. E assim vai subindo nela um vazio imenso, sempre parece que lhe falta algo. Imagina pessoas possíveis que poderiam estar ao seu lado, e principalmente imagina ele, todas as vezes é ele quem invade primeiro o pensamento dela. Diz se sentir cansada de imaginar. As vezes chega a pensar que não é merecedora de nenhum tipo de afeto. Sempre gostando mais do que deveria realmente gostar, sempre gostando sozinha e assim convivendo com esse sentimento inacabável. Ela olha para todos os lados para ver se encontra ele em qualquer canto que seja, atrás de um poste, de algum arbusto, trazendo alguma flor arrancada de uma árvore qualquer. Mas não, ela sabe que nunca irá encontrar ele, e que nunca irá aparecer com tamanho gesto simples, uma flor. Às vezes a sua simplicidade espanta as pessoas, o seu jeito de que tudo agrada, de qualquer canção romântica que faz ela chorar. Então, seria o amor para ela algo sentido apenas pelos outros, chegando a ser inexistente e difícil de acreditar que existe, ou algo que ela nunca encontrou?
tainábatista
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